Impacto das Eleições Americanas no Agro Brasileiro

As eleições nos Estados Unidos influenciam diretamente o agronegócio brasileiro, pois o país é um dos maiores importadores de produtos agrícolas do Brasil, como café e suco de laranja, além de ser um importante parceiro na cadeia global de suprimento de milho para a China. A vitória de candidatos com políticas distintas pode afetar o cenário do comércio bilateral, impactando tanto oportunidades quanto desafios para o setor agrícola no Brasil.

👉 Se um candidato republicano, como Donald Trump, vencer, é possível que a postura protecionista “América Primeiro” retorne, priorizando o mercado interno e dificultando as importações. Essa abordagem pode pressionar o Brasil a adotar práticas comerciais alinhadas aos interesses americanos, impactando nossas exportações agrícolas. Além disso, há um possível reacendimento das tensões comerciais entre EUA e China. No passado, a imposição de tarifas americanas sobre produtos chineses levou a China a reduzir compras dos EUA, abrindo espaço para o Brasil aumentar suas exportações de soja e milho para o gigante asiático. Nesse cenário, o Brasil poderia se beneficiar novamente, mas enfrentaria desafios, como uma possível queda nos preços das commodities.

🌱 Por outro lado, uma vitória democrata, com Kamala Harris, por exemplo, poderia trazer uma postura mais aberta ao comércio internacional, priorizando acordos com cláusulas ambientais rigorosas. Para o agro brasileiro, isso pode ser uma vantagem para produtores que já adotam práticas sustentáveis, mas também impõe desafios aos que ainda não se adaptaram às exigências globais de sustentabilidade. Mesmo com um governo democrata, o lobby agrícola americano continua forte e as facilidades ao Brasil ainda seriam limitadas.

📉 Independentemente do vencedor, a expectativa de queda nos preços das commodities agrícolas já é uma realidade. A previsão é de um aumento na produção de soja e milho nos EUA para o ciclo 2024/25, o que intensifica a pressão para preços mais baixos. A safra de soja deverá crescer 6,5% e os estoques aumentarão 26,1%, enquanto os estoques de milho também terão crescimento, contribuindo para o cenário de baixa.

⚠️ A eleição americana é, portanto, um ponto de atenção para o agro brasileiro, que deve estar preparado para responder a mudanças no cenário global e explorar as oportunidades de cada possível cenário.

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